5 de maio de 2010

afinal

afinal
que fizeste da tua vida?
que pedras marcam a tua passagem?

onde está o estandarte
que com tanto orgulho
empunhavas no início?

por que ventos te perdeste?
onde mudaste a tua vontade?
a que te deixaste subjugar?

aquela lua
que secretamente trazias
em teu coração
que será que afaga agora?

e one deixaste a tua força
a tua vontade de lutar
derrubando e saltando
os muros na viagem?

afinal
quem e o quê
és tu agora?

a couve de caule torto
raquiticamente saíndo das rochas
ou a reva que não dá nenhuma flor
e que nem os animais pastam?

como conseguiste?

tinha planos para ti
enfrentares o sol todas as manhãs
peito descoberto à força do vento
e à agrura do frio
e à torridez do calor
tudo vencendo
na certeza do impossível
de que eras invencível

tinha planos para ti
distribuindo sorrisos
e a doçura dos carinhos
a compreensão e paciência
com que se adormecem as crianças

onde perdeste o meu projecto
de seres melhor e mais forte do que se exige
ao comum mortal?

deves-me isso.

Sem comentários:

Enviar um comentário