lembras-te
das montanhas que querias subir
e do vales onde planeavas
descansar o teu corpo
daquela sombra
que te protegeria
e te daria o fresco que necessitavas
lembras-te
de olhar o sol
olhos nos olhos
num desafio que sabias não ser eterno
aquele semicerrar de palpebras
que aguentavas até doer demais
e depois sorrias
a cada miliomésimo de segundo em que vencias
um bocadinho mais
(um dia até pensate em desafiá-lo)
lembras-te
das noites mal dormidas
quando dormidas
em varar o escuro
sem medos nem expectativas
simplesmente porque querias
e sabias que esse também era o teu elemento
onde por vezes encontravas almas como a tua?
lembras-te
onde ias buscar a tua força
onde as tuas raízes se afundavam na terra
e corria um regato
que murmurava frases imcompreensíveis
que tu adaptavas ao teu querer?
lembras-te das searas de trigo ondulando
no calor que diluia os corpos
irrealisticamente mais difusos
que os teus pensamentos?
ainda te lembras como viver era uma coisa engraçada?
então?
5 de maio de 2010
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