19 de março de 2010

Recado

Filhote, tenho que te pedir desculpa mas, a partir de agora, os meus comentários aos teus textos serão muito menos frequentes. primeiro porque tu vais muito à frente do meu poder de análise, síntese e desenvolvimento, e eu vou ficar embaraçado se algum dos meus comentários não esteja à altura da mensagem quer eram supostos comentar.
segundo. cada vez mais o teu inglês é a tua primeira língua e o meu passou para terceira, ou mesmo quarta, já não me sinto tão à vontade para as "entrelinhas", embora o essencial ainda consiga apreender.
terceiro, e (por agora) último, tu falas de amor. de um ou mais amores, o que eu acho uma maravilha, falar de amor, mesmo quando as palavras possam não ser as mais correctas ou indicadas, é sempre bom, porque se fala de uma coisa muito importante, talvez a mais importante que exista.
o problema é que esse amor, ou amores, são sentimentos teus, que terás que ser tu a resolver, descobrir, efectivar (ou não). sobre amor não se podem dar conselhos ou comentários, eles estão no coração de cada qual, que os vive e sente à sua maneira, ou se consertam ou se rasgam corações mas esses são actos solitários.

nunca deixarei de ler tudo o que escreveres, mas só comentarei aquilo a que me sentir capaz de o fazer, não penses que as minhas capacidades mentais estão muito afectadas pelos tratamentos, que não estão, só minimamente, não é por aí. é porque de mim tu só mereces o melhor que te possa dar e há coisas, Miguel, que eu não o posso fazer, tens que ser tu a descobrir por ti mesmo e, acredita que és PESSOA mais do que suficiente para tal.

como deves estar recordado, isto vem no seguimento da nossa última conversa telefónica em que dizias que eu andava afastado do teu blogue. como vês não é nada disso e se não entendes ou aceitas alguma das três razões que te dei acima, por favor, diz-me o que queres que eu faça.

outra coisa, já reparaste que ainda não fiz um texto sobre a tua Irmã? se sim, porque não perguntaste porquê?não achas estranho?

tenho saudades tuas, de te tocar, de te abraçar, de estar só ao pé de ti na mesma sala dizendo das maiores parvoíces ou falando de coisas sérias. dá-me mais ou menos sessenta dias e vamos juntarnos outra vez, valeu?

aquele abraço da chegada, misturado com o abraço da partida, recebe-o agora, Filhote querido.
Dad

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