29 de janeiro de 2010

Desilusões, ou decepções.

Há gente de quem não esperava (lá está, estamos sempre à espera que os outros tenham um certo comportamento), outros que foram muito para além do que seria expectável da minha parte, a quem, como sempre agradeço do fundo do meu coração. Elas sabem quem são. Sabem, sabem.

Já lá vai mais de um ano que esta situação se arrasta (já tentei matar o cancro à pedrada mas a pontaria é muito fraca. Se ao menos tivesse uma arma como aquelas do Rambo, talvez já lhe tivvesse limpado o sarampo, assim vamos tentando com a merda das drogas, que podem levar uma série de tempo a ser bem sucedidas ou podem levar o mesmo tempo a não o ser. é esperar para ver.

Isto a propósito de uma conversa que tive hoje na Macro, é sempre um gosto quando lá vou. Alivia-me o coração, é como se entrasse na minha segunda casa (que já foi a primeira durante muito tempo). Gosto de encontar as pessoas com quem trabalho (algumas há já 16 anos), gosto sempre (e arranjo ânimo para) trocar uns chistes, dizer umas parvidades, dar uns sorrisos, contar e ouvir umas anedotas, enfim, estar entre alguns amigos.

Não imagimam o bem que me faz, como me refresca a alma e me fortalece o corpo, naquela vontade de ainda lá pertencer, os seus problemas são, por instantes os meus problemas, as suas vitórias as minhas vitórias, como eu sinto aquela casa!!

E como eu sinto a falta das pessoas, que tirando não chega a meia dúzia (mesmo assim) sempre me telefonam, ME VISITAM, me trazem um pouco de carinho e a certeza de que ainda conto, ainda não me esqueceram, arrisco a dizer que lhes faz falta o velho Ulisses. E, pior, eu até acredito nisso.

Cada ida à Macro é como se fosse parte do meu tratamento e só não vou lá mais vezes com medo de ser mal interpretado (não há nada pior para quem trabalha do que aqueles que nada fazem), de ir de alguma forma interferir no desempenho dos "artistas". Como tenho consciência disso, faço muito poucas visiitas e nunca duram mais de uns minutos, a não ser que lá estaja o querido Sr. Firmino, de quem muito gosto e por quem nutro uma consideração ímpar, aí sempre demora mais um bocadinho (eu já não disse que as conversas são como as cerejas?).

É evidente que há pessoas que me dizem mais a todos os níveis do que outras (o contrário também é verdadeiro) mas na generalidade,e a Macro é um todo, adoro passar lá uns "ratitos" como dizem os espanhóis a charlar sobre tudo, menos sobre doenças, isso não.

Até porque nem sequer vale a pena perguntarem-me se estou melhor, se não fosse assim não estava lá, além de que basta olhar para a minha cara.

Agora as saudades que eu tenho de fazer patifarias ao Duarte, o que estava fisicamente nais perto de mim, e com quem se pode brincar, as bocas para o Armandito, perguntar pela casa ao Carlos Tavares, rir e cantar no intervalo do almoço com o Sr. Cardoso, irritar o Osvaldo, desatinar com o Manetó, contrariar o Vitor Cantor, etc, etc, etc, essas saudades que crescem todos os dias, aqui fechado em casa com uma televisão que já vou odiando e um computador que já me satura (excepção feita à noite, a ouvir os clássicos e escrevinhar isto) já fazem parte das minhas dores.

Até quando?

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