29 de janeiro de 2010

Desencontros

Por vezes cruzamo-nos na rua com uma face vagamente conhecida, à qual franzimos o sobrolho numa tentativa de lembrança. e, sem querer fixamos o olhar num ponto muito à frente, tão á fente que até é atrás, no passado, num esforço de lembrança.

É? Não é? Seria? A não ser que fosse... ou então...não, não era.

E seguimos nosso rumo, sem mais pensar no assunto, ficando na incerteza de se conheceríamos ou não, e de onde, aquela cara.

Passados uns tempos, falando ou fazendo qualquer coisa, sem qualquer ligação à pessoa com quem "supostamente" nos cruzámos, dá-nos uma espécie de alfinetada nos neurónio e exclamamos, mesmo involuntáriamente, conforme o gosto que teríamos, ou não de falar com a dita pessoa : Merda, era fulano(a)!!!!!!!! Porra, como não o(a) reconheci?

Pelo menos a mim, que sou mau fisiologista esta treta está-me a acontecer cada vez mais, porque já acontecia de vez em quando, mas agora, senhores, é amiúde. O que terá mudado em mim, ou mais importante ainda, o que terá mudado nas pessoas que me fizeram não ter o vislumbre delas no momento correcto?

Vem isto a propósito de uma ida minha ao posto médico, logo quando fiquei doente e iniciei a primeira fase da quimio. Estava lá eu (claro) todo enchouriçado em roupa, por causa do frio, mas trombas bem â amostra. Um fulano também láestava, pai de uma amiga minha, que conheço hà pelo menos 35 anos, com quem joguei à bola, na antiga Vareira, lá para os lados da Torreira, e que nos tratamos por tu, de pé, andando de um lado para o outro, esperando vez, e que fixava a minha cara em cada passagem.

Deixei que passasse algum tempo, enquanto o meu sorriso se abria um pouco a cada passagem, até que lhe disse: - Justino, guarda o dinheiro mas fala aos pobres!

Depois foi o depois, não vale a pena contar a história, mas sem cabelo, sem bigode(como na altura) já viram os desencontros que tenho tido?

Vou ser honesto, alguns ainda bem....

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