ontem fui-me deitar menos mal (já estou habituado de tal maneira a estar mal que menos mal para mim já é bom). adiante.
acordei no meu tempo preferido quando a noite já não é noite e a manhã ainda não se levantou é o que eu costumo chamar a orla do dia
e tenho uma memória desta noite chamo-lhe memória porque não sei outro nome já que sensação talvez seja curto
e é uma memória tão agradável tão libertadora que nem me parece poder ser minha
mas é
foi quando de repente do nada sem razão todo o meu corpo explodiu numa luz tão branca que os olhos não podia fixar rasgando-se de alto a baixo sem uma dor sem um tremer só em paz explosão completa que abriu o meu peito mas estranhamente conservou as minhas feições
e milhares de milhares de cavalos de todas as cores saíram galopando livremente para um pradaria de erva curta e orvalhada que não tinha fim à minha frente como se o infinito fosse isso mesmo
e cabriolavam relinchando como se os cavalos fossem felizes como se aquela correria fosse a razão de existirem
e mais cavalos saíram e ainda mais numa profusão de músculos de força e de beleza que extasiavam levando-me a pensar que alguma coisa de importante se passava mas que era muito demais para eu compreender mas era divinal
tenho a memória que sorria quando acordei
1 de março de 2010
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Sonhos...
ResponderEliminarSabes que não me lembro nunca de ter sonhado? Lembro-me, assim como se estivesse a ver a imagem através de uma neblina tão cerrada que fecho um pouco os olhos para conseguir focar a imagem que se esconde... lembro-me tanto quanto me lembro de bem pequenino estar sentado no carrinho de rolamentos que me fizeste, a descer a rua ao lado da casa da avó com um sorriso na boca aberta de emoção... lembro-me de me ter espetado e à procura do teu olhar protector e reconfortante, levantares o jornal eliminando o contacto visual... lembro-me também de ter engolido o meu orgulho e pensando que ninguém me viu espetar no carro da prima Espirito Santo, sacudir a poeira e voltar ao topo da rua para uma nova descida, agora sim com o contacto visual e ambos com um sorriso que alegrava a rua toda...
Disso lembro-me... bem melhor do que o que sonhei ontem Pai... o que sonhei ontem... nem sei... mas se fosse assim uma explosão de energia como a que sentiste... esperava recordar tão bem quanto estas memórias....
Beijo grande PAIZÃO!!!