22 de fevereiro de 2010

Domingo tive visitas

Pois foi. E foi muito bom, apesar de eu não estar nas melhores condições.

É sempre bom ter visitas, ontem foi a Lídia o Domingos e as mais que tudo deles, a Martinha e a Joaninha, que estão um espanto (para mim todas as crianças, enquanto o são) são um espanto. Eu adoro crianças, é aquela parte de mim e do menino que não tinha brinquedos que ainda sobrevive, cada vez pior mas sobrevive.

Para além de que é um ar fresco que entra nestas paredes onde estou preso sem ser acusado de coisa nenhuma, há mais de 14 meses. É uma pena muito pesada para quem é inocente, há assassinos que saem primeiro do que eu, não é justo.

Mas é sempre bom falar de outras coisas que não de doença, de recuperação, coisas assim, poder torcar outras ideias, outras experiências, sei lá, fazer-me esquecer um pouco a minha própria situaçãom e e tentar ver-me novamente "lá fora", inteiro, alegre, mais eu.

Sei que não é fácil visitar doentes, para mim nunca foi, daí o dar mais valor que eu tenho a quem o consegue fazer, de cara limpa, na boa, procurando tão só minimizar o mal estar do doente.

A verdade, que eu tenho entalada há muito tempo e que algum dia teria que saír é esta: por onde andam as pessoas que eu considerava "do peito"? Por onde andam as pessoas por que me interessei, ajudei, não negligenciei, em casos semelhantes? E não só! Que é do resto que sabia estar em mim alguem que não os "enterrava", antes lhes punha a barra mais leve, quantas vexes aguentando eu a carga?

Afinal não tinha tantos amigos como pensava, que nunca faltavam ao copo,aos passeios, ás garotas, ao divertimento, afinal não tinha era tantos amigos. Ponto.


Tenho tido, é claro, aqueles que nunca faltaram, seja ao que eu precisava, fosse ao que eu pedia, conto três ou quatro, tenho tido surpresas de pessoas de quem nunca esperaria apoio como o que me têm dado, mas meus amigos, continuam a faltar-me os amigos que eu pensava ter. Não tem mal, ao fim e ao cabo esta é uma guerra minha, para a qual tenho que arranjar forças MINHAS, umas vezes mais fácil sozinho, outras com ajuda, e quer eu perca, quer ganhe esta luta aqueles que eu considerei amigos serão sempre amigos, mesmo que não apareçam, não dêem sinal de vida ou passem meses sem telefonar (muitos nem isso), não me esqueço do que fiz para ajudar quem de mim precisou em determinadas ocasiões e rejubilo com a amizade com que presenteei as pessoas que pensava (e penso) que o mereciam, só não sabia que era um caminho de um só sentido.

Também não posso saber tudo, pois não?

Sem comentários:

Enviar um comentário