13 de março de 2010

Acabou o sono

são 03:30 zulu (agora agarrei nesta) e foi-se. já dormi seis horas (deitei-me com as galinhas, aliás, só com uma, a Alice, mas tá um frio do cacete por aqui, mesmo que não durma vou para vale de lençóis magicar qualquer coisa para "prantar" aqui logo quando me levantar.
(ainda não encontrei o livrinho de onde copio estas coisas, que chatisse, eu muito me rio com isto, sozinho, é claro).

não Paula, não vou acabar com isto, até talvez seja bom para a minha terapia eu dá-me gozo transformar lentamente esta coisa mais geral, para não estar sempre a falar do mesmo, quero também dar-vos uma amostra dos dias bons e dos ruins, quando eles aparecerem.

normalmente respondia a quem perguntava, quase sempre com um ar compungido: "então como está?" e eu pumba: olhe uns dias mal e outros pior, já não o faço, agora digo, já estive pior, hoje sinto-me até bastante bem. vês, é a tal mudança de discurso, que provém da mudança de atitude.

talvez um dia destes, mais breve que tarde, hei de aflorar aqui as teorias do positivismo que aprendi em filosofia, mas com os meus comentários, pode ser que vos provoque uns sorrisos, até estou em crer que vou "filosofar" um pouco sobre esta vida, para que quem não me conheça, fique a saber o que eu "penso" sobre determinadas coisas que fazem parte do mundo em que "por aqui andamos".

que é uma coisa que eu odeio ouvir dizer (quando as pessoas que o dizem, conseguem sentir isso mesmo). pessoal, nós não andamos "por aqui", somos nós que fazemos e determinamos este por aqui, e a nossa vontade, coragem, optimismo ou resignação, desinteresse, até angústia é que fazem a beleza, ou não de cá estarmos. e estarmos aqui, não "por aqui" é a diferença entre sabermos e querermos viver, lutar por isso, ou aceitarmos sem qualquer tipo de revolta, o que nos acontece ou o que obrigam a que nos aconteça.

eu pertenço ao grupo que gosta de cá estar, sabendo como é, ou pode ser, breve a nossa passagem, mas, longa ou não, ela tem que "valer a pena", tem que ter algum significado, tem que deixar marcas positivas de que nós fizemos parte significativa de quem aproveitou a viagem para maravilhar os olhos e foi ainda capaz de chamar a atenção a outros para as maravilhas que nós vimos e algumas mesmo, porque não ?. que nós fizemos.

eu, por exemplo. que me tenho em alta "conta" - sem exageros - talvez seja melhor dizer: eu, que gosto de mim, sem narcisismos, tenho absoluta certeza de que meia dúzia como eu vão recordar-me por algum tempo, não por já cá não estar, mas sim por enquanto cá andei. penso que mais do que "coitado, estava na vez dele", vou ouvir (não sei como) algumas pessoas a rir das minhas anedotas e palhaçadas, do humor que ponho em quase todas as situações que tenho pela frente, por mais adversas que elas possam ser, do carinho que eu tenho pelas crianças, do meu ódio (e algumas lutas minhas e de outros que tornei minhas também) à INJUSTIÇA, que é uma coisa que me tira do sério, mesmo, e de mais algumas coisas. mas sei que serei lembrado (o que para mim é uma vitóriazinha) por algumas coisas que fiz e que chegaram para deixar a minha marca e algumas pessoas
o que nós damos de nós, com vontade, carinho, compreensão e sobretudo amor, não se esvai num simples enterro de um corpo, fica cá por algum, muito ou pouco, tempo no coração e na memória das pessoas a quem o fizemos. tenho a certeza de que serei lembrado assim, sei que será tal e qual como eu digo porque, no meu intimo, naquilo a que podemos chamar "consciência", também eu tenho essas memórias de outra gente que já terminou a sua viagem. e isso faz-me feliz.

eu também sou feliz por pouco e com poucas coisas, mas o que ainda me faz mais feliz é gostar de mim, como já disse, sem narcisismo, mas porque acho que sou das pessoas (não muitas) que ainda vale a  pena conhecer.

para além disso, e muito mais importante, deixo um legado aos meus amigos da HUMANIDADE que são os meus dois filhos, a Catarina e o Miguel, que serão muito mais "importantes" do que eu em todos os aspectos, porque são versões melhoradas do que eu sou, e seguramente vão atingir mais gente do que eu fui capaz d o fazer. saravá Meus queridos Filhotes.

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