29 de maio de 2010

a luz

eu não sou mais parvo que os outros, sei isso muito bem, também é por isso que ando mais chateado, devia ser mais lerdo, mais calhau.

toda a vida ouvi falar "na luz ao fundo do túnel". merda, ando no inferno há mais de vinte dias e ainda nem sequer fui capaz de achar o sacana do túnel !!!

28 de maio de 2010

tá difícil

desta vez tá mais difícil, muito mais, do que das outras. porra, desta vez está mesmo muito difícil, agora sim, estou a testar os meus limites. se é que já não os ultrapassei...

inferno 2

aqui no inferno, espero que por não muito mais tempo, arranjei dois novos amigos : a escuridão e o silêncio, já ouvi falar de outros mas ainda não os conheci, também me parece não querer vir a conhecer, vamos ver...

27 de maio de 2010

inferno

não tenho vindo aqui, nem a outro lado qualquer, porque desde há uns tempos ando a caminhar no inferno.

não sei quando darei notícias, será quando for...

18 de maio de 2010

palavras

queria que as palavras
não fossem ditas
antes murmuradas
sussurradas docemente
como se passa  mão no pêlo de um gato
mesmo ronrroradas
como aqula brisa que passa
sem fazer ruído
mas pôe as flores dançando
uma melodias dolente
e
ainda mais baixas as palavras amargas
as que magoam como feridas sempre em chaga
ou como a destruição massiva das células
aquelas que não têm razão de existir.


queria que as palavras fossem assim
para o grito estidente e amargurado
poder sobressaír e correr
por montes e vales
levando a sua mensagem de raiva.

13 de maio de 2010

gostar

não tem justificação. ou se gosta, ou não se gosta, ou se gosta nuito ou se gosta menos. isso é fácil.

difícil, e só ao alcande de muito poucos, é a capaciade de gostar de gostar só por gostar de gostar.
percebem porque continuo a gostar de mim? porque tenho essa capacidade.

podem roer-se de inveja, ninguém me tira isso que é inerente em mim. tenho dito e mais não digo, por hoje.

vou curtir a pequena felicidade que consegui encontar hoje, não levem a mal.

inté quando me apetecer (olha como o gajo está soberbo hoje)

sobrinho

não sei qual é a nossa proximidade, nem estou interessado em saber, sei que são, mais ou menos, 300 km de distãncia, na tua mota será hora e meia, o máximo, no meu carro será muito menos, porque me parece que vou aí antes de tu vires aqui (nunca se sabe).
sei que, de algum modo, me fazes falta, gosto do teu rir e da maneira como encaras as coisas, gostava muito de conviver MUITO contigo (não tem nada a ver com essas desgravadas, não sabes o que é vai ver ao dicionário (se tiveres um).

sinto falta de ti.
abraço do tio velho

para a paula

para ti que sabes muitas coisas de eu.

o teu primo hoje sentiu-se como quando tu andavas no carrinho de esferas, só que a criamça era bem maior e tinha uma coisa que tu nao tinhas nesse tempo: muitos prblemas.

nao sei porquê mas retrocedi até esse tempo (feliz para nos) e consugui transmitir, senão um riso aberto, um sorriso entreaberto. foi uma vitória, sem armas sem guerras, sem dominíos, sem limites, só do coração.

sei que calculas como me senti. lembras-te como o meu riso era fácil? pois.

hoje o teu primo foi outra vez o primo de que te lembras de há muitos anos.

já tinha saudades dele.

abraçar

hoje gostava de ter podido abraçar o mundo, ter sorrido às núvens, de ter colhido a chuva, de ter filtrardo o sol.

hoje, sem razão aparente, ou sentida, quis-me expõr até aos limites, quis guerrear comigo mesmo, numa alteração de adrenalina de que não me lembro igual.

hoje não foi a raiva que me moveu, foi a compreensão de problemas alheios a quem pude dar algum bálsamo. Deus, como se senti mais eu, quase feliz. consegui esquecer-me e ter em atenção outras pessoas. como me fez sentir novamente humano, como foi bom.

algua coisa flutua no meu peito sem ser dor ou amargura, sem ser peso ou levesa, algo que não me pertence e terei que dividir com a humanidade. será que, repente, me encontrei no meio da bruma em que existo? tenho que falar com o meu menino sem brinquedos e dizer-lhe que, talvez haja esperança....

hoje gostava de ter podido abraçar todos de quem gosto. fica aqui o abraço.

por favor, retenham um pouco da minha felicidade para vós mesmos.

amanhã também vai nascer o sol (como se vocês não soubessem).

VIVER É MUITO BOM QUANDO SERVIMOS PARA ALGUMA COISA.

o meu nome é Ulisses, sou um vosso servidor.

12 de maio de 2010

iniciar

eu devo mesmo estar taralhouco da cabeçorra!!! vocês acreditam que eu hoje tenho vontade de começar ? o quê? não sei. mas tenho uma vontade louca de começar alguma coisa, de fazer. de CRIAR.

estou pasmo comigo mesmo, sim, só pode ser, os outros já não me fazem pasmar. espero tudo.

mas que raio de ideia é esta de ... começar? e o pior é começar o quê.

sinto-me como se hoje fosse o primeiro dia da escola primária, com um entusiasmo misturado com ansiedade, curiosidade e ...DISPONIBILIDADE. porra, isto não é normal.

para já vou saír daqui e procurar alguma coisa, com ou sem sentido para começar, seguramente hei-de encontrar, descobrir ou inventar, mas hoje vou começar alguma coisa, mesmo que nunca a venha a acabar.

que coisa, hein? uma destas!!!

jp

o jp é um castiço, ou não fosse meio espanhol, mas é um castiço com classe, ele tenta sempre arranjar maneira de convencer o "cliente" parecendo que não se está mesmo nada a interessar pelo caso, ou seja, é assim porque é assim e quem lhe disser ao contrário não sabe o que diz (tipo isto).

tenho-o em alta consideração por muitos motivos (principalmente profissionais), porque só recentemente deixou antever aquilo que é como Pessoa (não, não é "esse" Pessoa).

mas daí, meu caro, até me enrrolar com as palavras que passo aqui para o pc vai uma distância como, da luz ao Dragão. (tá a ver?).

por favor, Amigo, não se sinta triste por ler o que escrevo, antes alegre-se (se puder e quizer) porque ainda vou escrevendo, sem qualquer tipo de preocupação literária, sintética, ou outra. apenas ponho aqui as palavras conforme elas me chegam aos dedos tão doridos da prostituta da químio.

é sempre com esperança de ler alguma coisa sua que abro o meu modesto blog (ou blogue?).

'brigadão pela força e confiança no futuro, como você muito bem sabe sempre gostei de dar umas rizadas e ainda me lembro como se faz.

abraço.

11 de maio de 2010

testamento

como sou teso que nem o arco de um violino, tenho andado a pensar no que vou deixar aos amigos.

depois de várias canseiras cerebrais, e com ajuda de um mapa do corpo humano, lá me consegui divir todinho e vou-vos deixar partes do meu corpo. é uma ideia e penso que muito boa, ainda não vi isto em parte alguma. já sabem, cada um de vocês vai receber um pedaço do meu corpo, devidamente acondicionado, por causa das coisas.

só tenho um pequemo problema, há aqui um pedacinho que me está difícil atribuir a alguém, já sabem, é um pouco melindroso, logo agradeço me enviem propostas manifestando o vosso interesse no tal pedacinho (espero não ser muita gente a querer o bicho)

pronto, já desopilei, posso ir-me embora, digo eu ...

comentários

verifiquei há pouco que este projecto de blog (ou blogue?) tem 11 seguidores, que porreiro. mas seguem o quê? (salvo raras excepções). não vos dizem nada as coisas que mal alinhavo? não estão para comentar? dá trabalho, ou não merece o esforço?

ao menos, por favor, corrijam-me quando estiver errado e contestem-me quando não concordarem, se mesmo assim for muito trabalho, também me podem mandar à tal parte (que, digo desde já, eu não vou, não vou não)

façam o favor de serem aquilo que eu tento com tanto esforço: FELIZES.

hoje tem 24 horas, como os outros dias, quem diria?

hoje estou  mais "limpo" . tal como previa, e desejava, as plaquetas não chegam para fazr o último tratamento.

vamos ver no dia 18, dia de todas as decisões, o que é que é que a Sra. Dótora diz, e agir em conformidade.

"troço-me" todo para poder prescindir dele, pelo menos por seis ou sete meses, para o corpo poder descansar e reorganizar a cabeça, que tanto preciso.

não sei se foi do sol que apanhei na moleirinha, ou de outra coisa qualquer que não sei o quê, nem interessa, hoje dei por mim a sorrir ! foi bom. foi muito bom. foi demais.

vamos ver amanhã.
inté.

alice

tão simples (e bonito) o nome, tão grande o ser humano. como é possível?

ela é a minha almofada de penas de pássaros do paraíso que ainda não sabem voar, ela é a minha fortaleza, a pedra onde finquei a minha força, o meu querer, o meu destino.

ela é a mão que me acaricia as lágrimas e me enxuga o peito, é a ela que eu me pergunto. é a ela que recorro quando o horizonte não tem sol, e a chuva enrruga as vidraças tornando tudo indistinto.

é nela que busco a sabedoria das coisas mais simples, que não consigo reduzir a linhas direitas, em que o percurso é sempre mais curto.

é ela que me possibilita ser eu, sem quebras, sem desgostos nem remorsos, porque o seu desculpar é infinito.

é, também por ela, que eu estico ao máximo a minha capacidade de aguentar o que mereço e ainda mais o que não mereço.

no fundo ela é a base que possibilita eu ser eu, através de todas as tempestades, através dos caminhos mais ínvios e tortuosos que se me apresentam. sem ela eu não era nada, ou quase nada.

é ela que eu adoro, desde que abro um olho e até que feche os dois.

é a MINHA ALICE.

uma palavra

às vezes uma palavra, não um discurso, pode modificar tudo, ou quase tudo, depende da entoação, depende onde ela é dirigida, depende da intensidade do olhar nesse momento, depende de sabermos ser receptivos a essa palavra.

aliás tudo depemde, se tomarmos a dependência como a relatividade, mas num mundo tão imperfeito, uma palavra perfeita no tempo e no espaço pode fazer (e faz) toda a diferença.

como é lógico eu tive a felicidade de ouvir essa palavra.

até logo, vou fazer análises, para as quais já sei os resultados: plaquetas insuficientes.

paula

pôe outra vez um sorriso na tua cara. eu vou chegar lá. suspende a procura do banquinho, por agora,  é giro "agente" conversar em código, não é?

pois é.

beijinho

cunhado

da muinha parte. 5 *!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

sou tão pobrezinho que só tenho um cunhado da minha parte, assim como só tenho uma Irmã. mas chega.
é gente do melhor que se pode encontrar na vida.

estranhamente, ou talvez não, devido a parecenças de atitudes, sinto-me muito perto deste meu cunhado Rui, de seu nome, que descobri, ou antes, que me fizeram descobrir , infelismente tão tardiamente, mas ainda muito a tempo.

a juntar ao meu cunhado e à minha Irmã, recebi dois sobrinhos, mais concretamente, um sobrinho que me faz lembrar muito eu quando era novo (porque será?) e uma sobrinha linda que é um génio nessas coisas do estudo, a que eu nunca me consegui afeiçoar muito, apenas o qb (que era mais do que suficiente).

gostava que eles tivessem conhecido o antigo ulisses, em vez da sombra que vagueia agora por aqui, mas não pôde ser, paciência.

cunhadas/cunhados

da parte da Alice. espectaculares !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
tirando um casal de "ranhosos" que toda a família tem. se não tem, não é nornal.

devo-lhes tanto materialmente como (nuito mais importante, em AMIZADE) eu sei que é pela Alice, porque ela também foi, quando podia, um pouco de mãe da maior parte, mas isso não interessa, o que me interessa é o que têm feito por MIM, apesar da negação que eu sou como pessoa, não devo ser assim tão peste.

não vou citar nomes, vou tomar todos como um conjunto, assim como se fosse a equipa do benfica, com letra pequena, (esta é para o Adriano) ou a gloriosa equipa do Porto, com letra grande, (esta é para o Jó e para mim e para o Quim).

independentemente da lonjura, ou da "pertura"  (há um que por casa disso, e pelas suas capacidades informáticas, é um Cristo) a que nos encontramos, sei sempre que posso contar com a ajuda delas e deles nas mais variadas situações.

quero que saibam que sei ser agradecido, penso que já o sabem, mas nunca é demais dizer, que no meu coração há um lugar muito previligeado para todos (excepção feita aos "ranhosos", desculpem-me os irmãos), não vou sequer dizer porquê, que vocês, cada um de vós, sabe o quê e o porquê do merecimento desse lugar, que é vosso, só vosso e de mais ninguém.

saravá cunhadagem. saravá.

10 de maio de 2010

livro

a minha Filha está sempre a dizer-me para escrever um livro. agora é tarde, já não o consigo fazer. tenho, todo na cabeça mas já me é impossível passar o dito cujo ao papel. ainda se eu conhecesse um desses escritores que são capazes de ouvir e depois escrever (eu às vezes riu-me tanto quando vejo um livro "escrito" por determinadas pessoas que vocês não fazem ideia) talvez a coisa se compusesse, mas eu não frequento esses cículos...

mas se conhecer (tem é que ser em breve) eu conto a história e a pessoa que o escrever até pode (e deve) ter o seu nome em destaque, para mim tudo porreiro. uma certeza: vendia-se bem, isso garanto.

quando será que vou dar descanso a esta cabeça?




agora mesmo.

unbreak my heart

está aqui um sujeito a pedir o mesmo que eu, mas por diferentes razões. a dele é muito mais válida do que a minha (estamos a falar de razões, nada de misturas, suas mentes porcas). enquanto ele diz que ainda tem muito que fazer (amar), eu digo que já fiz tudo (até amei, Deus sabe que sim), amei bem e mal mas sempre por inteiro, a dádiva total não pode ser, nunca, partilhada.

muitos amores e desamores fizeram parte da minha (complicada) Vida, mas com todos aprendi a mesma coisa: não se pode, nem deve , amar quem não nos ama. faz doer. é altamente penalizante para quem, realmente, ama. e traz consequências muito esquisitas, difíceis de manobrar, de lidar com situações bastas vezes impensáveis, até se pode chegar, e não raras vezes, à violência, que nada ajuda e nada justifica.

é de voz corrente no povo (e nos "eruditos", como se houvesse alguém mais erudito que o povo), que existe apenas uma ténue linha entre o amor e o ódio. é verdade. sei que é verdade porque a vi, a pisei, estive lá de alma e  coração, nessa mesma linha.

as coisas que somos capazes de fazer quando aí chegamos !!!!!  incrível como as pessoas mudam da àgua para o veneno, as coisas que se fazem e se fazem fazer, como reflexo delas mesmo !!!!! e as consequências para terceiros, sem qualquer espécie de culpa nas situações criadas e que sofrem ainda mais do qie os "provocadores" dessas situações, porque as sofrem na altura e vão continuar a sofrer "à la longue", feitos bonecos de trapos sem qualquer poder decisório no apartar das pessoas, que eram pais até então e se tornam tiranos, os que podem, devido ao poder económico, esquecendo-se que no princípio, no meio e no fim essas crianças, é disso que estou a falar não são mais do resultado de um amor que já foi.

como é lógico este post tem destino, e estou-me cagando se gostam ou não gostam, eu não gosto porque ele não devia existir, nunca deveria existir e eu sinto-me ainda hoje muito mal por ter entrado num jogo que sabia de antemão que só poderia vencer pela força. sinto-me ainda pior porque aquilo que hoje Alguem é podia ser muito melhor se não tivessemos que medir forças numa guera em que todos perdemos, principalmente ele.

porque será que estou a falar nisto se já devia estar na horizontal (a dormir, não tenham pressa) há muito tempo?

porque será que ainda hoje me sinto tão mal e me dói tanto como poucas (ou nenhumas) outras coisas me doem, ou doeram?

porque será Miguel?

a montanha pariu um ... rato

desci a ravina com tanta força e tal velocidade, que as ideias que vinha ruminando para aqui colocar, foram-me levadas pelo vento. agora está escuro e estou muito cansado. amanhã, pela fresca da matina, vou subir a ravina a ver se encontro farrapos das minhas ideias, meias ruminadas, presas nos galhos das árvores e vou tentar "prantálas" aqui.

hoje vou tentar dormir, que é uma das coisas que também me faz muita falta, e que tenho trocado pela música, que em bom tempo, guardei no meu pc.

balanço

estou a ver se ganho "lanço", como se descesse uma ravina, a toda a velocidade, para escrever mais logo ,mais para a tardinha, com o fresco do sol poente.

perfil

para os que não repararam, façam o favor, tenho um novo perfil, mais adequado ao momento. actualizar é bom.

conceição viegas

falhou. rotundamente. e não cumpriu uma das coisas que me disse quando me expulsou de casa (dos pais, onde vivíamos): ao teu filho não há-de faltar nada. falhou.
fahou em muito mais coisas, não merecem ser descritas aqui. ela sabe onde falhou. eu, por mim, já perdoei, pelo meu filho nunca vou perdoar, ou até talvez possa perdoar mas esquecer, isso nunca.
ainda atravessada tenho na garganta, que para ver o meu filho tive que o raptar. autenticamente. não havia necessidade. nenhuma.
chegará o dia em que, também ela, terá que fazer o balanço da sua caminhada. isso a mim consola-me.

o banco de três pés

paula, começa a pensar onde irás arranjar o banquinho para te sentares e veres-me a descansar nas planícies do Alentejo.

atenção que eu disse: começa a pensar, não disse vai a correr.

miguel barradas

meu querido Filho. meu querido clone. está na hora de resolveres que caminho queres percorrer.

catarina barradas

é a Filha quase perfeita. direi mesmo mais, é a filha que 99% dos pais gostariam de ter.  cheia de classe, personalidade, carácter, inteligência, etc.

e é líder por natureza, ela sim, é filha de odisseus.
adoro a minha Filha com cada fibra do meu ser. não dá nem para explicar. por isso não vou dizer mais nada sobre ela, descubram-na, se quiserem.

só que a minha Filha nunca será capaz de me dar um abraço como o meu Filho me deu aquando da sua última visita.

ulisses barradas

não o vejo nem sei nada dele há algum tempo. que se passará?

se o encontrarem por aí, deve ir vagueando com os pensamentos no ar formado uma núvem sobre a cabeça, é fácil de encontrar, digam-me alguma coisa porque já sinto saudades dele. muitas saudades, imensas saudades, um zilião de saudades, para além de que ele me faz muita falta. ok?
obrigado.

paula barradas

é minha prima. (para quem não sabe), é muito mais que minha prima, é minha Irmã, é minha filha, é, no fundo, minha Amiga.
para mim é a Irmã pequenina que não tive (tive-a a ela), foi criada comigo, criámos laços que só (eventualmente) qualquer estupidez (e nenhum de nós tem um grama de estupidez) pode pôr em causa. gosto muito dela e ela sabe isso. e, para além de ser minha irmã (sem sermos filhos nem do mesmo pai nem da mesma mãe) é minha Amiga, pelo menos tem sempre uma palavra boa para mim, ou ao telefone ou, principalmente, nos comentários (únicos) que faz aqui nesta coisa, só por isso eu estarei agradecido enquanto cá estiver (talvez, quem sabe, até depois de já cá não estar).

mas mais inportante do que isso, ela tenta (e às vezes consegue) compreender-me, sabe onde bater, onde suavizar, onde falar e onde calar. isto não tem preço.

saravá paula barradas.

cansaço

a verdade é que estou muito cansado e o cansaço é inimigo do discernimento.mas estou  brutalmente cansado.
pode medir-se o cansaço? hexistem escalas para isso? onde? p.f. digam-me, só assim posso ultrapassar os limites.

9 de maio de 2010

mágoas

será o erradicar de todas as mágoas, minhas e provocadas nos outros, que me falta? será aquilo a que vulgarmente (e por vezes tão levianamente) se  hama perdão, que ainda me ancora aqui?

mas que perdão? eu já perdoei, quase sempre no acto da "ofensa", tudo o que tinha a perdoar. será que me falta pedir perdão por algo que não vislumbrei puder ter sido uma "ofensa" a alguém? mas a quem, se a minha consciência está perfeitamente em paz?

onde deixei uma marca que não limpei? em que coração?  que pessoa feri sem o notar? que tipo de ferida poderei ter causado de que não tenha memória ou, sequer, cohecimento? acho esquisito,  porque sempre tive consciência dos actos que fazia e quais as repercussões que teriam.

mas é a única (por agora) palavra que me vem à cabeça, antes viesse à memória, acho esquisito. não guardo, nunca guardei mágoas que não expusesse na altura e nunca deixei ficar um sinal meu (que me lembre ou saiba) como uma mágoa que não tentasse resolver na hora.

não.não deve ser isso, terei que continuar a busca. estou a ficar em brasa por não saber. tenho que descobrir que raio me faz continuar esta luta quando já não me apetece lutar, não é justo.

completo

e, apesar de tudo, há qualquer coisa em ti que te faz ainda falta, qualquer coisa que não completaste, qualquer coisa que te prende aqui como disso dependesse algum género de partida.

no entanto não sabes o que é, só sentes, que há algo ainda a fazer, a dizer ou a mostar, ou a .. não sei o quê.

acho bem que descubras essa tão misteriosa coisa, que deve estar mesmo à frente dos teus olhos, coração ou mãos, porque só te está a empatar.

como sempre, espero mais de ti, mas se tiveres que ir incompleto, irás, não será isso que fará diferença à chegada.

cuidado, o tempo urge e tu deixas que ele vá passando por ti, voando em grandes rabanadas, como se tivesse pressa, ele sim, de que, finalmente arranjes um banquinho com três pernas, como os do Alentejo que tanto amas.

faz o que tens a fazer e tal como sempre, não olhes para trás, não vem lá nada que te interesse.
Enquanto fores feliz, terás muitos amigos; Se o céu se toldar, ficarás sozinho
Fonte: "Tristia"
Autor: Ovídio


"ninguém tem culpa de eu estar doente", oiço sempre que as minhas atitudes (ou respostas, principalmente) não agradam às pessoas. VERDADE.ninguém tem culpa. eu tenho?

porque se habituaram à imagem de fortaleza, de insdestructabilidade? de força? nunca pensaram que isso podia não ser eterno? porque confiaram tanto "o ulisses resolve"'?

mas será que eu tenho culpa de ter arranjado um cancro? seria esse um dos meus objectivos de vida? parece-me que não. portanto, se não sabem lidar com aquilo em que, forçosamente, me transformei, muito raramente, porque faço TUDO, MAS TUDO, o que está ao meu alcance para não melindrar quem quer que seja, com o meu estado de saúde, e reacções que, por vezes, dele advém e que não sou capaz de controlar, não se esqueçam de uma coisa muito importante, esta luta é minha, eu luto as minhas lutas como quiser e enquanto quiser, é uma luta solitária, só a mim diz respeito e para isso eu pesso que a respeitem. também vos posso dizer que é uma luta muito difícil de travar, entre outras coisas porque o objectivo dela, viver, já não me atrai tanto quanto era usual, o que à partida, se houver chegada, me deixa muito triste. qualquer que seja o desfecho, eu sei que vou ficar muito mais triste do que aquilo que era (nunca vi um morto a rir). se eu ganhar, o que muito honestamente duvido, porque sei que não estou a lutar no meu máximo, não esperem de mim as mesmas coisas que esperavam, desta luta eu não vou saír o mesmo.

uma coisa tenho a certeza: ganhe eu ou ganhe o cancro, vocês ficam a perder.

sobre as fortalezas (se encontrarem alguma semelhança)

gostava que alguns de vòs (creio que até há alguns que me visitam aqui) soubesse o que é fingir, ou antes, actuar, diáriamente, várias vezes cada hora (depende de onde me encontro e com quem), forçar um sorriso, dizer aquela piada que os outros estão sempre à espera que digamos (claro que não é a mesma, nem valia a pena pensar nisso, ó parolo), como se fosse uma certidão de que além de estar vivo - que constatam imediatamente - estou "melhor".

e ouvir dizer que a "sua carinha agora agrada-me mais, houve aqui um tempo, meu Deus", mas o mais engaçado, se no meio desta merda toda se pode achar piada, é que "naquele tempo" me disseram EXACTAMENTE o mesmo.

mas eu sou burro, ó quê? tenho cara de idiota, ajo como tal?

ah! como os meus amigos, que não têm medo de falar das coisas, nem de as chamar pelos nomes, me animam quando perguntam: tás mais ulisses hoje? quando é que acabas com isso e matas o filho da puta? não achas que, para férias, já chega? vê lá se ganhas força para a malta ir fazer uma comesaina.
é pá, as gajas têm perguntado por ti, que é que queres que lhes diga?


já há muito tempo que não leio, não consigo, então lembro-me de coisas, de muitas coisas, que li e cada vez mais constato (já é a segunda vez que uso esta palavra neste post) que o meu tempo já acabou.
quando o meu coração parar, algum dia ele vai-me dar descanso, não quero reanimações, nem massagens, nem bocas que não conheço soprando ares para os meus pulmões. isso significa mesmo o fim. o fim de uma viagem que foi linda, com todos os sofrimentos mas muito mais alegrias, onde não perdi tempo, antes o gastei, e como se sabe, gastando-se, acabou. além de que estou curioso em relação ao que vai acontecer depois. sim, estou.

e hoje vou para a cama tentar dormir e com o secreto desejo de que o amanhã já não exista para mim como vai existir para vocês, mas diferente, noutro nível, noutra qualquer dimensão, noutro qualquer caminho, não sei mas espero descobrir.

jacinto patrício

aquele abraço.
obrigado por lembrar quem foi o tal de odisseus, eu sei, toda a vida soube. até sei a história dele e tudo.... não, sinceramente, não me revejo, nem me serve de exemplo. ele, como você diz, e muito bem, era rei...

no que respeita ao merecer ou não, não tenho as suas certezas, antes pelo contrário, dúvidas é coisa que não me falta, sempre as tive, em relação a quase tudo, talvez faça excepção ao amor e à amizade, nesses dois campos acho que nunca tive dúvidas nem certezas, aceitei apenas o que era e não podia deixar de o ser, penso que não há outra forma. amei muita gente e muitas coisas (E AMO) fui e sou AMIGO com a mesma intensidade, até para lá do mais fundo do meu coração, e até da pouca razão que existe num tipo de relação dessas. no regrets, none.

voltando ao merecer, ou nõa, eu acho que existem "pessoas" que só deviam levar f... ou canelada, outras que o deviam sentir muitas vezes, outras de quando em vez (como eu) e outras ainda, nunca. o que é necessário é saber se o merecimento está de acordo com a frequência.
aquele abraço.

mais valia

Mais-valia é o nome dado por Karl Marx à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base do lucro no sistema capitalista.


mais valia não haver outras "mais valias". mais valia nós nunca termos que dizer mais valia, isso pressupôe que houve algo errado que teria sido melhor se não tivesse existido, em deterimento de outra coisa qualquer. (p.e. mais valia eu ter um corrector neste processador de texto do que os posts irem cheios de erros).

mais valia que tudo fosse linear e simples, em vez de truncado e complexo, mesmo as coisas que o não são, nós conseguimos fazê-las.

mais valia que não fossem tão "dolorosamente dolorosos" estes tempos em que me movo (e não estou a falar em dores físicas).

mais valia que este declínio não fosse tão acentuado, porque me está a lixar a média do caminho que fiz até aqui.

mais valia que as lágrimas opressoras se soltassem de vez para poder limpar o coração, o peito, os olhos, o ser.

mais valia que Deus (como eu falo tão pouco Dele neste meu blog) me levasse de vez, simples, sem alardes, sem complicações, sem estardalhaços nem carpideiras. isso sim: mais valia.

7 de maio de 2010

como ver as coisas

«No fundo – e precisamente nas coisas mais profundas e importantes – estamos indescritivelmente sós.»
(Reiner Rilke).

A tortura só é tortura e a humilhação, humilhação, quando resolves sofrer (Palahnuik)


Quando se pensa na morte, a vida tem menos encantos, mas é mais pacífica (Tolstoi)

Não desanime. Lembre-se que, muitas vezes, a última chave do molho é que abre o cadeado (Anonimo)


coo ver as coisas? na volta tudo se resume ao eu de cada um. sendo cada qual a sua primeira realidade, será sempre sob essa luz que cada qual analisará causa e feito de um, ou vários actos isolados. porque se dá então tanta importância aos outros? (principalmente às suas opiniôes) se considerarmos bem mais de noventa e nove por cento das pessoas que conhecemos não têm opinião própria, e tudo aquilo que debitam em palavras foram beber a quem a tem.

é certo que vivemos numa sociedade que não podemos ignorar mas, mesmo essa, não tem uma opinião formada pelo consenso dos seus elementos, apenas daqueles que mais influenciam os outros e que ninguém garante estarem ou não certos. (e, afinal, o que sao certezas, e mais, elas existem? segundo quem?) .

já essa sociedade, formada por círculos que mais se tocam que interpenetram, também não nos dá uma resposta consensual - porque não a tem- e no fundo remete-nos para onde estavamos: em nós, individualmente.

chegamos então ao mesmo, ao princípio, a nós, à nossa própria solidão. e issi d´-nos a exacta medida do que somos, individuos solitários, queiramos ou não.

vou ver se amanhã (hoje acabo isto, agora tou com um sono danado).

6 de maio de 2010

reviver

a vida não tem segundas vias. quem viveu viveu, quem não viveu ... tivesse vivido. gostei de ter estado aqui, era território virgem, para mim, pus-me e dispus-me a muitas coisas, dei de mim (não posso dar o que não é meu) talvez mais do que devia -  este era um espaço público, sem limitações de entrada.
agora vou, serenamente, esperar que o próximo caminho se me apresente e ver se quero, ou não, seguir a estrada onde me leva.

tal como eu disse esta manhã, ou era f... ou canelada. foi.

fico com a incerteza de que, talvez, eu não me mereça.

Ulisses Barradas

5 de maio de 2010

Hoje

hoje estou tão bem disposto e com tantas ganas que até fico desconfiado, quando ando assim ou é f.. ou canelada.

esperemos que não seja nenhuma das duas.

bom dia para todos, aproveitem o dia de hoje, amanhã logo se vê.

abraços do ulisses

com àgua

ontem o matos enviou-me um mail muito giro, ri até às orelhas. meram 13 pontos de ajuda, ou respostas de uma sexóloga a várias questões, de todas, absolutamente geniais destaco a última, para mim sensacional, senão reparem:

13- Posso tomar anticoncepcional com diarréia?



R: Eu tomo com água, mas a opção é sua. Espero que use um copo descartável

então viver não é giro? pois é.

sorriam, não dói, ainda não se paga, é contagiante, saudável e é porreiro.

A vida é a arte do encontro (Vinicius de Moraes)

são cinco e vinte da matina e estou "porreiro" (ontem acordei aos vómitos), estou a ouvir o "excalibur" pelo Vangelis, lindissímo, ainda é noite e a minha turma (Alice e Catarina) continua a "partir pedra", está tudo "nos conformes" (se ponho oura vez a merda das """" desisto e vou fazer outra coisa qualquer). não sei bem o quê.

mas vamos lá ao título. o capitão do mato, o branco mais preto do brasil, como ele gostava de dizer, na sua linguagem mais poética do que profética (coisa que ele nunca reclamou, ao contrário do nosso primeiro, que não tem pinta nem para ser segundo) é verdade. mas, segundo um conhecido filósofo actual muito conhecido em casa dele - ulisses - a vida é, sobretudo, a arte da adaptação. qualquer tipo de vida, por arrasto a humana também.

senão vejamos: (à parte, já estou cansado de escrever), ora bem, vejamos: vêem? pois. bem me parecia.
a gente começa por se adptar ao ventre materno, e está-se lá bem até termos que saír. primeira adaptação: o mundo exterior, começamos logo a chorar, que é uma coisa que nos acompanha bastas vezes ao longo da existência (pera aí para acender um cacilho) (já agora pera aí para o fumar, que isto tem tempo e o jean michel jarre está a tocar o tangerine dream, são duas coisa para saborear parado), então, dizia eu que o mundo exterior será a nossa primeira adaptação, temos que respirar sózinhos, mal dos que não se adaptarem a essa primeira realidade, foram ... depois, e à medida que vamos crescendo, uns mais (cmo eu) outros menos (como o artur que trabalhava no justino) são muitas e variadas adaptações que teremos que fazer, ele é a escola, os outros compinchas que fazem o noso primeiro ciclo de conhecimentos e a quem, inevitávelmente se nos queremos dar bem, teremos que adaptar aquilo a que se chama feitio (ou personalidade) para não andarmos à guerra logo de pequenos, há quem goste e tenha nascido para isso, a esses costumam pôr o rótulo (pôem-se muitos rótulo ao longo da vida, uns bem postos, outros nem por isso e outros completamente desajustados) e por a´fora, dia a dia nos temos que adaptar, desde a condição social à económica, sempre há que fazer ajustes ao que somos e ao que temos que ser. saltando um bom bocado chegamos à vida adulta (os que tiverem essa sorte) e aí sim, a adaptação é fundamental, depende dela o nosso sucesso , ou não, reçlativamente aos vários meios em que , forçosamente, nos inserimos.

pasmem!!!! até no amor, ou principalmente nele, nos temos que adaptar, considerando adaptação ao conjunto de comprimissos que temos que fazer, às ced~encias, avanços e recuos -mike oldfield toca tubullar bells - e é se queremos construir uma vida familiar estável e suficientemente duradoira.

sinto que ao longo da minha vida sempre levei essa avante, adaptei-me sempre o suficiente para não me chamarem inadaptado, à margem, outlaw, se quiserem.

pois bem podem começar agora a chamar-me isso porque se há alguma coisa a quer não fui capaz nem nunca o quis fazer, foi adaptar-me a ser, ou estar, doente. isso não.

daí os meus acessos de impotência e raiva, de incompreensão, de tensão, de tristesa, de tanta coisa ruim que regularmente me visita e que eu repudio. penso que essa minha não adaptação tem constituído em grande parte a vantagem que, por enquanto, levo ao bicho que me queria consumir. mas se, de quando em vez, ele me faz ficar mal com tudo e com todos, muito raras são as vezes em que o demonstro e ainda bem, porque sou mais forte do que isso,  já que nem eu nem ninguém tem culpa dos meus problemas a esse nível. se isso alguma vez transpareceu para algum de vós (como se alguém se desse ao trabalho de chegar aqui num texto tão maçudo (ou será massudo?) e por tal peço desculpa, mas são as vezes em que eu já nen comigo me dou bem, o que é raro pois eu gosto de mim o suficiente para ser meu grande amigo.

e pronto era só para vos pedir desculpa se alguma vez fui menos aquele ulisses a que estavam habituados e ao qual quero que não se dasabituem porque le é o mesmo, ok?

atão vá lá, vão dormir que ainda é cedo para levantar, eu por mim, vou passear aqui na net, a ver se há notícias do big bang ou se é verdade que o big crash já começou (na islândia dizem que sim, mas que sabem eles?
inté pessoal.

nem sou capaz de reler para corrigir qualquer coisa, vai como saíu, a respirar sózinho, não foi um parto muito difícil.

estou cá

esou cá e não estou, ou seja, sou eu mas não sou EU.
ainda ando a apanhar uns cacos e pode ser que, talvez, quem sabe esteja mesmo cá. para e por hoje já escrevinhei muito, tenho pena que a Engª Cátia não leia, podia ser que me compreendesse um pouco melhor, assim como também lamento que mais pessoas de quem gosto não leiam, estou nu nestes escritos, vão neles o meu coração, ambiões, frustrações e outras coisas no meio das linhas.

estou um pouco mais leve mas muito mais exposto e isso não é muito bom para mim, mas já está. sei, de certeza que a bvirtual e o peacefull vão entender e mais pouca gente. eu entendo, isso é suficiente.

e agora até quando eu vier.

tá mau

isto está mau. é melhor ficar por aqui. vamos ver se à noite estarei EU cá outra vez.

lembranças

lembras-te
das montanhas que querias subir
e do vales onde planeavas
descansar o teu corpo
daquela sombra
que te protegeria
e te daria o fresco que necessitavas

lembras-te
de olhar o sol
olhos nos olhos
num desafio que sabias não ser eterno
aquele semicerrar de palpebras
que aguentavas até doer demais
e depois sorrias
a cada miliomésimo de segundo em que vencias
um bocadinho mais
(um dia até pensate em desafiá-lo)

lembras-te
das noites mal dormidas
quando dormidas
em varar o escuro
sem medos nem expectativas
simplesmente porque querias
e sabias que esse também era o teu elemento
onde por vezes encontravas almas como a tua?

lembras-te
onde ias buscar a tua força
onde as tuas raízes se afundavam na terra
e corria um regato
que murmurava frases imcompreensíveis
que tu adaptavas ao teu querer?

lembras-te das searas de trigo ondulando
no calor que diluia os corpos
irrealisticamente mais difusos
que os teus pensamentos?

ainda te lembras como viver era uma coisa engraçada?
então?

afinal

afinal
que fizeste da tua vida?
que pedras marcam a tua passagem?

onde está o estandarte
que com tanto orgulho
empunhavas no início?

por que ventos te perdeste?
onde mudaste a tua vontade?
a que te deixaste subjugar?

aquela lua
que secretamente trazias
em teu coração
que será que afaga agora?

e one deixaste a tua força
a tua vontade de lutar
derrubando e saltando
os muros na viagem?

afinal
quem e o quê
és tu agora?

a couve de caule torto
raquiticamente saíndo das rochas
ou a reva que não dá nenhuma flor
e que nem os animais pastam?

como conseguiste?

tinha planos para ti
enfrentares o sol todas as manhãs
peito descoberto à força do vento
e à agrura do frio
e à torridez do calor
tudo vencendo
na certeza do impossível
de que eras invencível

tinha planos para ti
distribuindo sorrisos
e a doçura dos carinhos
a compreensão e paciência
com que se adormecem as crianças

onde perdeste o meu projecto
de seres melhor e mais forte do que se exige
ao comum mortal?

deves-me isso.

o menino

ouves?
não ouves?
não ouves o menino
que habita em ti
desde o princípio do tempo?

já não tens essa capacidade?
ele continua a gritar
como se estivesse sózinho
no deserto que é o caminho
qu tu escolheste para trilhar

parece que
em alguma parte desse caminho
lhe largaste a mão
e o menino está perdido
ele chama por ti
porque te esqueceste dele?

melhor seria voltrares atrás
e pegar na tua mão para o menino não gritar
de aflição
solidão
e medo

não podes abandonar esse menino
não tens mais nenhum
que olhe pelos teus olhos
que ouça pelos teus ouvidos
que respire pelos teus pulmões
que bata com o mesmo coração

um dia destes

um dia destes
o sol vai-se levantar
mais lentamente que o habitual
e vai deixar no ar
uns pintinhos de núvem
só uns pintinhos
para não magoar os teus olhos

e como uma passagem de algodão
entrará no teu peito
uma suave doçura
que pensarás ser o descanso

e irás levantar-te devagar
devagarinho
acariciando com o olhar
a lonjura das planícies

e um vento brando como um sussurro
passará na tua cara
anunciando a inclinação das flores

e aí tu darás um dos teus
raros
sorrisos estendidos
como se olhasses para os teus filhos

nessa altura serás capaz
de falar contigo
como se já soubesses que chegou a paz

então
com toda a a calma do mundo
que já não tem segredos
vais sentar-te num banco
com três pés
como os do alentejo
e finalmente
poderás descansar
só então.

Relações familiares

antes que me esqueça. uma coisa que nem que eu viva cem milhões de anos nunca vou entender: as relações familiares, de tão voláteis e inseguras (é o que eu sinto agora) que elas são. para mim, antes de tudo e primeiro que nada, está, pelo menos, o saber, o que se passa com as pessoas e o que posso fazer por elas nesse momento. eu sei que nem todos funcionamos da mesma maneira mas as coisas realmente importantes são sempre as coisas mais importantes, não é?.

(agora esta balhanha também não tem correcçãoortográfica, nem quero saber quantos erros para aqui vão - e para outros posts também, sinceramente, não estou preocupado).

outra coisa que eu gosto de ver na televisão é aquelas coisas bonitas das entrevistas, bem como as capas de revistas, em que aparecem umas pessoas TODAS CONTENTES (PUDERA) a dizer que venceram o cancro e que mais não sei quê e que mais n~~ao sei quantos, e que pensamento positivo,e que é preciso é força de vontade e etc. mas nunca vi lá um pobre a dizer destas coisas, é sempre pessoal que não tem que se preocupar nem com o preço dos medicamentos, nem com o custo dos tratamentos, nem sequer chegar ao fim do mês e pagar a quem se deve. assim, não nos preocupando com absolutamente mais nada, TALVEZ seja mais fácil, mas quando temos que fazer contas diáriamente e muitas vezes ao dia, a ver se os euros chegam até ao fim do mês se calhar, digo eu, não será tâo fácil. porque é que continuam a encher as cebeças das pessoas de sonhos cor de rosa, se na verdade tudo o que se pode fazer já está  feito?

tenhoa impressão que é melhor ir fazer a cama antes que a minha Alice chegue, ela está tão cansada quase como eu.

e eu estou outra vez a ficar com raiva.

RAIVA E IMPOTÊNCIA

olá pessoas. já nem sei escrever nisto, aliás, nunca soube.

esta última sessão de quimio não foi como as outras, em termos de "ressaca", foi pior e diferente. quando eu pensava que já ia arribar, pumba, voltei ao princípio, daí todo este tempo para escrtevinhar alguma coisa.

muitas coisas boas aconteceram e muitas (mais) más também. não tenho ainda cabeça para fazer o balanço ou, sequer, juízos de muito valor (pelo menos fiável) mas já sou capaz de ordenar frases inteiras, embora sejam uma boa m... missanga (já ia caír na asneira).

este post tem este título porque houve um dia em que não me contive nos meus limites (mínimamente aceitáveis) e extravasei alguma da RAIVA e da IMPOTÊNCIA, que são as sensações mais agudas e fortes que minam esta cabecinha. claro que é fácil ver porquê.

e nesse dia consegui ser agressivo, desagradável, arrogante e quase insultuoso parta as pessoas de quem mais gosto e que mais perto de mim estão. meu Deus, como eu me senti mal, porque tinha consciência do fazia e dizia e não havia maneira de não o fazer, simplesmente era mais forte do que eu.  que vergonha.

vou tentar ficar um pouco melhor para logo à noite, não prometo, mas devo a mim mesmo escrever aqui algumas coisas antes que se me passem.