25 de fevereiro de 2010

resposta a Fernanda III

não, não podes devolver as asas a quem nunca as teve. mesmo a quem as já possuiu é quase impossível, perderam-lhe o uso, não sabem mais voar, ou porque não querem ou porque não podem.
é por isso que existem muitos anjos caídos, eu já dei com alguns.
talvez estejas também a ser um pouco injusta com essa gente pequena de que falas, porque há outra, essa gente tem apenas uma razão para existir, eles chamam-lhe viver, que são coisas que não têm rigorosamente nada a ver uma com a outra.
a razão dessa gente chama-se, na maior parte dos casos sobrevivência e para sobreviver vale tudo, até ser pequeno e conseguir ser”feliz” por se ser pequeno.
eu tenho mais pena daqueles que podendo ser maiores se limitam, por cobardia, acomodamento ou seja lá o que for, a manterem~se pequenos sabendo que é mais fácil.
ser grande nunca foi fácil, nunca o há-de ser, daí serem tão poucas as pessoas que se arriscam a ser maiores.
são duas ou três palavras que os inibem: medo, ignorância e comodismo, desses eu tenho uma pena relativa, pois quem não entra numa batalha nunca a poderá ganhar.
tenho mais pena dos anjos caídos, os que já foram pessoas grandes.
a outra gente pequena que eu conheço são os que nada sendo fazem da sua existência estragar a existência dos outros, são os maus, são os invejosos, os maldicentes, os boateiros, os caluniosos. esses, puramente não têm qualquer razão para andar no nosso mundo, não o merecem sequer.
dessa gente pequena ou para ela, não nem serei nunca capaz de deitar uma lágrima
esses para mim não existem, embora saibam que andam milhões por aí.
por favor, não espacejes tanto o teu escrever.

resposta a Fernanda II

conforme prometido, só mais um bocadinho, não posso chamar continuação, mas é quase como se fosse.
não te esqueceste?
daquele curto pedacinho que serpenteia entre a alvorada e a manhã, em que todos os sonhos, para além de serem permitidos são obrigatórios
daquela gota de chuva, primeira ou última, escorrendo sozinha no vidro da janela traçando arabescos que nunca conseguiremos copiar e de onde não conseguimos desviar o olhar
do ruído do trovão que mesmo sem queremos nos dá uma dimensão irreal
daquela música celta que de repente nos entra devagarinho nos ouvidos e provoca um sorriso triste e tão agradável
do dedo molhado na boca tentando adivinhar a direcção do vento como se isso tivesse qualquer importância cósmica
da mão cheia de nada que se enche de ternura ao passar na cara de alguém que sofre
de conseguirmos apesar de tudo ter um pouco de compreensão para aqueles que sabemos nunca irmos compreender
dos loucos que nos fazem profecias onde põem tudo o que têm, o seu coração
dos seixos que atiramos à água parada contando os saltos que dão
daquela luz que vislumbramos muito por acaso e tão raramente nos olhos de certas pessoas
da calma do mar a seguir a uma tempestade da qual chegámos a ter medo
do medo vencido
da esperança reencontrada
dos muros caídos
das pessoas libertas
e da felicidade de poder ser feliz crónicamente
Um beijo do Ulisses cuja felicidade aguda é poder responder (atabalhoada e insuficientemente) às coisas que tu consegues criar.

resposta a Fernanda

não te esqueceste ?
dos pequeninos primeiros passos de uma criança
do seu primeiro sorriso
do parlar que ninguém entende senão eles?
de gostar só por gostar
da capacidade que nos faz feliz de dar, de amar
de um olhar limpo e límpido sem fronteiras.
de não seres gente pequena
de não seres rica e só teres dinheiro
da capacidade de entenderes as coisas
de seres tão bela por dentro
de conseguires dançar com as palavras
de não teres limites para seres apenas e só tu mesma.
de poderes transmitir a outros tanta beleza que consegues ver e sentir dentro de ti e à tua volta
este comentário continua um dia destes.
prometo.
Deus, como eu gostava de , um dia, poder conversar contigo até as palavras não fazerem mais sentido do que um gesto ou um olhar.

Ontem tive visitas

Pois tive. E fiquei muito feliz. Muito feliz.

A Su trouxe cá um rebuçado mais doce que chocolate, chamado Henrique, que está um espanto, só visto.

Mesmo com a cara que agora tenho, sorriu, esteve ao meu colo "na maior" tempos e tempos, ainda me hã-de chamar tio, vocês vão ver.Aquele bébé deu-me mais alguns tempos de vida, sem dúvida.

Eu depois falo sobre isto porque hoje fui novamente à quimio e estou um bocado abananado.

24 de fevereiro de 2010

Vinicios de Moraes

Sai, Câncer
Desaparece, parte, sai do mundo
Volta à galáxia onde fermentam
Os íncubos da vida, de que és
A forma inversa.  Vai, foge do mundo
Monstruosa tarântula, hediondo
Caranguejo incolor, fétida anêmona
Carnívora!  Sai, Câncer.
Furbo anão de unhas sujas e roídas
Monstrengo sub-reptício, glabro homúnculo
Que empestas as brancas madrugadas
Com teu suave mau cheiro de necrose
Enquanto largas sob as portas
Teus sebentos volantes genocidas
Sai, get out, va-t-en, henaus
Tu e tua capa de matéria plástica
Tu e tuas galochas
Tu e tua gravata carcomida
E torna, abjeto, ao Trópico
Cujo nome roubaste.  Deixa os homens em sossego
Odioso mascate; fecha o zíper
De tua gorda pasta que amontoa
Caranguejos, baratas, sapos, lesmas
Movendo-se em seu visgo, em meio a amostras
De óleo, graxas, corantes, germicidas,
Sai, Câncer
Fecha a tenaz e diz adeus à Terra
Em saudação fascista; galga, aranha,
Contra o teu próprio fio
E vai morrer de tua própria síntese
Na poeira atômica que se acumula na cúpula do mundo.
Adeus
Grumo louco, multiplicador incalculável, tu
De quem nenhum Cérebro Eletrônico poderá jamais seguir a matemática.
Parte, poneta ahuera, andate via
Glauco espectro, gosmento camelô
Da morte anterior à eternidade.
Não és mais forte do que o homem — rua!
Grasso e gomalinado camelô, que prescreves
A dívida humana sem aviso prévio, ignóbil
Meirinho, Câncer, vil tristeza...
Amada, fecha a porta, corta os fios,
Não preste nunca ouvidos ao que o mercador contar!

II

Cordis sinistra
— Ora pro nobis
Tabis dorsalis
— Ora pro nobis
Marasmus phthisis
— Ora pro nobis
Delirium tremens
— Ora pro nobis
Fluxus cruentum
— Ora pro nobis
Apoplexia parva
— Ora pro nobis
Lues venérea
— Ora pro nobis
Entesia tetanus
— Ora pro nobis
Saltus viti
— Ora pro nobis
Astralis sideratus
— Ora pro nobis
Morbus attonitus
— Ora pro nobis
Mama universalis
— Ora pro nobis
Cholera morbus
— Ora pro nobis
Vomitus cruentus
— Ora pro nobis
Empresma carditis
— Ora pro nobis
Fellis suffusio
— Ora pro nobis
Phallorrhoea virulenta
— Ora pro nobis
Gutta serena
— Ora pro nobis
Angina canina
— Ora pro nobis
Lepra leontina
— Ora pro nobis
Lupus vorax
— Ora pro nobis
Tônus trismus
— Ora pro nobis
Angina pectoria
— Ora pro nobis
Et libera nobis omnia Câncer

— Amém.

III

Há 1 célula em mim que quer respirar e não pode

Há 2 células em mim que querem respirar e não podem

Há 4 células em mim que querem respirar e não podem

Há 16 células em mim que querem respirar e não podem

Há 256 células em mim que quer respirar e não podem

Há 65.536 células em mim que querem respirar e não podem

Há 4.294.967.296 células em mim que quer respirar e não podem

Há 18.446.744.073.709.551.616 células em mim que querem respirar e não podem

Há 340.282.366.920.938.463.374.607.431.768.211.456 células em mim que querem respirar e não podem.

IV

—  Minha senhora, lamento muito, mas é meu dever informá-la de que seu marido é portador de um tumor maligno no fígado...

—  Meu caro senhor, tenho que comunicar-lhe que sua esposa terá que operar-se de uma neoplastia do útero...

—  É, infelizmente a biopsia revela um osteo-sarcoma no menino.  É impossível prever...

—  É a dura realidade, meu amigo.  Sua mãe...

—  Seu pai ainda é um homem forte, vai agüentar bem a intervenção...

—  Sua avó está muito velhinha, mas nós faremos o possível...

—  Veja você...  E é cancerologista...

—  Coitado, não tinha onde cair morto.  E logo câncer...

—  Há muito operário que morre de câncer.  Mas câncer de pobre não tem vez...

—  Era nosso melhor piloto. Mas o câncer de intestino não perdoa...

—  Qual o que, meu caro, não se assuste prematuramente. Câncer não dá em deputado...

—  Parece que o General está com câncer...

—  Tão boa atriz... E depois, tão linda...

—  Que coisa! O Governador parecia tão bem disposto...

—  Se for câncer, o Presidente não termina o mandato...

—  Não me diga? O Rei...

—  Mentira...  O Papa?...

—  E atenção para a última notícia. Estamos ligados com a Interplat 666...

                               — DEUS ESTÁ COM CÂNCER.

É contra uma besta assim (parecida) que amanhã vou fazer mais uma sessão de químio, vamos ver como correm os dias subsequentes, se forem como a última tenho a impressão que vou desistir, bom mas isso agora não interessa nada.

Amanhã, como ainda é o prinmeiro dia, devo estar ainda mais ou menos e vou-vos contar a alegria que tive hoje, em que tive uma visita .... demais.
Amanhã conto

22 de fevereiro de 2010

Troquem o ar carrancudo por um sorriso (mesmo pequenino)

Magnífico mas mortal

Domingo tive visitas

Pois foi. E foi muito bom, apesar de eu não estar nas melhores condições.

É sempre bom ter visitas, ontem foi a Lídia o Domingos e as mais que tudo deles, a Martinha e a Joaninha, que estão um espanto (para mim todas as crianças, enquanto o são) são um espanto. Eu adoro crianças, é aquela parte de mim e do menino que não tinha brinquedos que ainda sobrevive, cada vez pior mas sobrevive.

Para além de que é um ar fresco que entra nestas paredes onde estou preso sem ser acusado de coisa nenhuma, há mais de 14 meses. É uma pena muito pesada para quem é inocente, há assassinos que saem primeiro do que eu, não é justo.

Mas é sempre bom falar de outras coisas que não de doença, de recuperação, coisas assim, poder torcar outras ideias, outras experiências, sei lá, fazer-me esquecer um pouco a minha própria situaçãom e e tentar ver-me novamente "lá fora", inteiro, alegre, mais eu.

Sei que não é fácil visitar doentes, para mim nunca foi, daí o dar mais valor que eu tenho a quem o consegue fazer, de cara limpa, na boa, procurando tão só minimizar o mal estar do doente.

A verdade, que eu tenho entalada há muito tempo e que algum dia teria que saír é esta: por onde andam as pessoas que eu considerava "do peito"? Por onde andam as pessoas por que me interessei, ajudei, não negligenciei, em casos semelhantes? E não só! Que é do resto que sabia estar em mim alguem que não os "enterrava", antes lhes punha a barra mais leve, quantas vexes aguentando eu a carga?

Afinal não tinha tantos amigos como pensava, que nunca faltavam ao copo,aos passeios, ás garotas, ao divertimento, afinal não tinha era tantos amigos. Ponto.


Tenho tido, é claro, aqueles que nunca faltaram, seja ao que eu precisava, fosse ao que eu pedia, conto três ou quatro, tenho tido surpresas de pessoas de quem nunca esperaria apoio como o que me têm dado, mas meus amigos, continuam a faltar-me os amigos que eu pensava ter. Não tem mal, ao fim e ao cabo esta é uma guerra minha, para a qual tenho que arranjar forças MINHAS, umas vezes mais fácil sozinho, outras com ajuda, e quer eu perca, quer ganhe esta luta aqueles que eu considerei amigos serão sempre amigos, mesmo que não apareçam, não dêem sinal de vida ou passem meses sem telefonar (muitos nem isso), não me esqueço do que fiz para ajudar quem de mim precisou em determinadas ocasiões e rejubilo com a amizade com que presenteei as pessoas que pensava (e penso) que o mereciam, só não sabia que era um caminho de um só sentido.

Também não posso saber tudo, pois não?

21 de fevereiro de 2010

Sempre assim

É sempre assim de cada vez que abro esta coisa. Vou, AVIDAMENTE, à procura de comentários ás palavras mal alinhavadas que escrevo, como se me pudessem servir, de alguma forma, de bálsamo, de companhia, de entendimento (ou não) e é, quase sempre uma desilusão, raramente os encontro porque não estão lá.

De alguma maneira sei que até um vírus desgraçado levar tudo, isto faz parte do meu "legado" (palavra pomposa mas não tenho outra) e fico um pouco triste, triste porque além dos oito "seguidores" sei que há mais pessoas a lerem estas patacoadas do fundo do meu coração que não se manifestam, não é Sara? Não é Susana? Não é Domingos e Lídia? Nem mesmo os "seguidores" me dão um pouco do seu tempo para eu não me sentir tão sozinho.

É diferente falar do que escrever e muito mas é incomparavelmente melhor a escrita, que nós podemos não só recordar mas, sobretudo,  ler e reler e reler e reler, principalmente quando o ânimo não está muito alto ou faz falta qualquer coisa que se não sabe o que é.

Hoje acordei cedo, como de costume, tudo dorme cá em casa, à excepção da terrível gata que nos da´, de quando em vez, um pouco do prazer da sua companhia (eta! gata arisca!!!). Essa já me veio roçar as pernas e sentar-se em cima dos meus pés durante uns segundos, antes de ir roer a sua ração. Em breve volta para o local onde esteve aninhada, que não sei onde foi, ele varia muito, e continuará o seu trabalho: dormir.

Mas não sei explicar como me soube bem esse pouco tempo em que ele me "disse" bom dia pá, que tal?
Hei-de ensiná-la a escrever.

Desculpem a mariquice. Acontece.

19 de fevereiro de 2010

O milagre do orgulho

sem querer, numa das poucas deambulações que ia fazendo com as mãos, ao de levezinho, dei conta de um pequeno côncavo na parede, areia finíssima entrando pela pele, doendo mais que ferroada de vespa,

com todas as forças ainda restantes a este tão causticado corpo e a últimas da vontade, consegui ficar de pé. de pé novamente, o mais difícil estava feito, estava novamente DE PÉ.

então o orgulho, companheiro sempre fiel, avançou e disse-me ao ouvido: consigas ou não, caga nisso, mas acaba lutando, é esse o teu ser, é essa a tua essência, não dês nada que seja teu e te queiram tirar.nunca, mas mesmo nunca.

resolvi esperar pela manhã para subir a parede com os mínimos ferimentos possíveis. estou a tenat saír do buraco, já passei uma perna sobre a borda.

obrigado orgulho, estamos na luta novamente.

18 de fevereiro de 2010

Tocar a noite

tocar. hoje apetetecia-me, aqui do fundo do buraco onde estou, tocar a noite, estender meus braços, mãos e dedos até lhe tocar.
sentir de que é feita essa escuridão, para onde o vento leva a força que me draga, e onde estão as palavras que não encontro.

tocar.tocar a noite como se toca uma flor murcha, que se esboroa nesse contacto, como seguramente, serão as coisas intangíveis.

mais que tocar, hoje apetecia-me fundir com a noite num abraço tão apertado como dos corpos que se interpenetram, e ficar nela e ela ficar em mim, com a certeza que a luz da manhã nos iria levar sem deixar qualquer rasto de escuridão ou dor..

hoje queria fazer amor pela última vez com essa noite que me foge, para poder fugir com ela.

Olá, boa noite. 12;53 horinhas.

raspava a tromba pela fronha da almofada, para um lado, para outro, outro ainda e nada. e nada de dormir, porque no que respeita ao resto, estamos conversados: os dentes que nem aguilhões quando se leva os bois para a feira,picando, ferrando, aguilhoando as pobres gengivas que não se podiam defender, senão com laivos de sangue que sabe mal, os intestinos criando cólicas com artes de torturadores para quem não tinha nada para saír, dois pés de que já me esqueci há não sei quanto tempo, a não ser que os esfregue vigorosamente um no outro até que algum pedaço de pele se levante, um esqueleto que não está bem sentado, deitado, de pé e, vejam lá, nem recostado e, acima disso tudo a cabeça, que parece que é onde tudo começa e acaba, que em tudo manda e onde se vão buscar as coisas de que necessitamos (ou não).

esta cabeça que já vou começando a abominar quando em tempos gostava tanto dela, que não pelos cabelos mas pelo que tinha lá dentro.

foi essa cabeça que me fez levantar e vir ver a noite, minha fiel companheira de tantos bons tempos e que agora até está contra mim porque é grande, grande, grande e inimiga...

espero que a a minha colega Lídia não tenha ficado zangada com o telefonema de hoje. ela e mais umas (muito poucas, mesmo muito poucas para aquilo que eu podia imaginar) pessoas
 que se interessam verdadeiramente, que quando dizem tens que ter calma, tens que ter paciência, tens que ter sei lá o quê, vais ver que isso vai voltar ao normal, tens que ser forte para vencer que te quer derrotar, eu sei lá mais o quê, ainda não perceberam que não é como a gente quer, é como a gente pode. (escrevi bem?).

hoje foi MAIS um dos IMENSOS dias em que caí mesmo lá no fundo, onde nem raízes há para nos agarrarmos, como nos filmes, era só areia e pedras muito finas que entravam pelas mãos quando eu queria fazer força para me levantar, levantei os olhos mas luz foi também coisa que não vislumbrei e deixei-me cair de costas a ver se recuperava fôlego. no fundo à espera de mais um milagre, como têm acontecido nos outros dias perecidos.

horas, muitas horas, se passaram, estão ainda a passar, continuo deitado de costas no fundo desse buraco e só um tipo de pensamentos me enche o vazio de não pensar: estou farto.

estou cansado, não sei sequer se vale a pena retomar o fôlego e tentar arranhar as paredes deste buraco. toda a vida quis conhecer os meus limites, ei-los que me aparecem, a uma luz crua e fria que não dá qualquer hipótese de engano, estou nos meus limites reais.

alturas houve em que pensei estar na mesma situação limiar mas não estava, porque consegui, não sei de onde, um forçazinha suplementar que ainda me conseguia levantar e continuar, como sempre o fiz, mas esses não eram os meus limites reais.

porque na verdade não sei se quero lutar mais, se já não perdi esta batalha que decide a guerra, porque é a derradeira

os poucos que me conhecem a sério sabem do que estou a falar e sabem que o faço com plena consciência do que digo. não levem a mal eu não QUERER lutar, ter esperança, paciência, força, eu sei lá o quê.a verdade é que sinto aqui por dentro, onde deve dormir a Alma, acontecer alguma coisa estranha, estará ela a acordar e a preparar-se para a partida?

A maioria dos meus dias

É quase assim. Não quero ver nem ouvir ninguém. A falta de força no corpo e o turbilhão na cabeça assim o exigem.

Mas, e a Família que está comigo? Que culpa têm a Catarina e a Alice daquilo que me consome? Pois, nenhuma.

Não sei onde vou arranjar força para fazer de palhaço, para as fazer rir, de me mostrar interessado no que dizem, como respondo às perguntas delas, eu sei lá a quantidade de esforço que é necessário para não lhes criar um ambiente hostil, para que não deixe de ser nem marido nem pai presente.

15 de fevereiro de 2010

Flash da 1:58H

Hi Nineu, tdo bem ? Still living and kiking? That's good to imagine so.

Love, Father (trying to got around).

UB

sardinhas, carapaus e outras coisas simples

Coisas simples, como eu, que não se "apegam", que não criam dependência (como o Computador...) que,  pura e simplesmente, após o passar de água nas mãos e o lavar de boca, ficaram para trás, assim, como eu., um leve sabor a bom até à próxima, próxima ...


Ainda não posso estar aqui. Só 10 minutos a as costas já doem como se tivesse dançado 15 horas de hip´hop. Não dá, amanhã vou tentar mais cedo, porque é Carnaval e isso tudo e preparar melhor o "eskaleto", prometo.

Coma s promessas a serem lei. (Ulysses' law).

A não ser que morra para aí esta noite, que vontade não faltava nenhuma..

2 de fevereiro de 2010

Eu a pensar na Vida

A gata da minha Filha

A Catarina arranjou, há alguns anos, uma gatinha, pequenina, muito linda, a que chamou "Luna", fofinha, tipo tigressa, era mesmo querida.

O que ela demorou para convencer a Alice a aceitar o raio da gata (com a Alice cheia de razão), mas lá levou a água ao seu moinho e até hoje a gata cá está, estragando tudo o que são sofás, arrancando tudo que sejam fios de electricidade, enfim, é especialista em asneirada. Mas, pior que isso, é um demónio, não há um único tapete direito cá em casa, devido às suas constantes mudanças de velocidade, de uma rapidez que até impressiona (noutra encarnação deve ter sido piloto de F1), não é capaz de aceitar um mimo, uma carícia, ir ao colo de alguém é mentira, tarva uma luta que ganha sempre por causa das unhas, etc.

Em resumo aquilo é uma gata com espírito de Diabo da Tansmânia. Mas todos gostamos do raio do bicho porque nestas andanças todas ele tem algumas coisas bem engraçadas.A gata está para a Família assim como a família está para a gata, todos bem metidos.

ATÉ ONTEM.

E porquê até ontem? Porque desta vez ela fez uma coisa imperdoável, passo a explicar: eu tinha um lindo cinzeirito azul, em vidro grosso, para estar ao pé de mim na mesa da sala de estar, como ele era pequeno, aí uns 8cmm x 5 cm, eu tinha o cuidado de fumar pouco e de o lavar frequentemente (um cinzeiro sujo dá muito mau aspecto), coisa que ontem, a seguir às notícias da SIC, fiz uma vez mais.

Ora como lavei o cinzeiro na cozinha e não ia logo para a sala, deixei-o em cima da arca frigorífica, onde já estavam outras coisas, como é claro. Eis senão quando oiço um estouro que parecia um pneu a rebentar, e lá fui à cozinha, ver 30 mil pedacinhos do meu querido cinzeiro. À gata marafada, então não é que a rapariga tinha que o ir cheirar? Concomitantemente não deve ter gostado ou do cheiro, ou da cor e pumba lá se foi o meu amigo.

Não sei que castigo hei-de dar à gata, ou lhe proíbo as saídas para a discoteca aos fins de semana, ou não vê televisão durante uma semana, ou lhe corto na mesada, tenho que pensar.

Entretanto estou sem cinzeiro na sala onde costumo ver a televisão, o que me causa um transtorno que nem sei dizer .Aliás, estou quase sem cinzeiros porque os que restam, diz a Alice, são para decoração.

O que é que se infere daqui? Não sabem ? É fácil, estou à espera de uma (ou mais) alma caridosa que me faça chegar um pequeno cinzeiro para substituir o defunto.

P.S. Mas que grande lata que eu tenho.

O.A.04:19horas 3-2-2010

1 de fevereiro de 2010

Hoje acordei Subaru

E porquê?


Porque acordei 6 estrelas, vejamos:

1. Tenho um dor de cabeça do tamanho da Muralha da China (pra maior).
2. Dói-me o esqueleto todo, como se tivesse levado uma chapada de um comboio de mercadorias americano.
3. Tenho aqui um prostituto de um dente do siso que ainda vai arranjar problemas comigo, ai vai, vai,
4. Os meus intestinos devem pensar que são empregados do estado, não querem fazer nada há uns dias e isso faz-me cólicas.
5. Sinto uma ansiedade oprimente mas não sei em relação a quê, o que ainda me deixa mais puto da vida.
6. Estou mal disposto, chateado e não tenho NADA para fazer, até já recorri à imaginação.

Portanto hoje acordei Subaru.